O Corpo Feminino Não Aguenta a Guerra Masculina
O feminismo foi uma resposta urgente, necessária. Durante séculos, fomos silenciadas, desvalorizadas, apagadas. Precisávamos ocupar espaços, conquistar direitos, quebrar estruturas. Mas em algum ponto da estrada, o feminismo foi distorcido pela nossa própria dor e imaturidade coletiva. Passamos a acreditar que ser como os homens era a solução. Que a igualdade viria da imitação.
Começamos a competir, endurecer, calar nossas emoções, fazer força, desacreditar da nossa intuição, reprimir nossa doçura. Elevamos a testosterona à força. Acordamos cedo, vencemos metas, resolvemos tudo sozinhas. Tentamos ser provedoras, guerreiras, invencíveis.
Mas o nosso corpo não aguenta.
O corpo feminino não sustenta, por muito tempo, uma alta carga de energia masculina. Ele adoece. A alma adoece. A pele grita, o útero chora, os hormônios colapsam. Vêm as doenças autoimunes, as dores inexplicáveis, a ansiedade sem fim, a falta de libido, a insônia, a angústia crônica de estar sempre correndo — mas sem saber pra onde.
Isso não é sobre voltar ao passado. Isso é sobre lembrar de quem somos.
Somos cíclicas. Somos receptoras. Somos nutridoras de vida. Somos sensíveis não por fraqueza, mas por sabedoria. O feminino não é passivo — é potente. É campo magnético. É sabedoria ancestral. E ele é sufocado quando tentamos nos manter em um estado de guerra constante.
O masculino é lindo — e precisamos dele — mas dentro de nós, ele deve servir, não governar. O feminino é nossa raiz, nosso lar. E ele precisa voltar ao centro.
É hora de parar de brigar com a nossa natureza.
É hora de parar de tentar provar.
É hora de descansar o sistema nervoso e permitir a força mais silenciosa e mais brutal que existe: a força da mulher que se conhece.
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