Decepção mata?

A gente não se decepciona com os outros. A gente se decepciona com a ilusão que criou sobre eles.
Porque o ego idealiza. Ele projeta o que precisa, o que sonha, o que espera.
E pinta o outro com as próprias cores, esquecendo que cada pessoa tem seu próprio tom, seu próprio cheiro, seu próprio limite.

E aí vem a dor. Não porque o outro fez algo horrível, mas porque ele não correspondeu à imagem que você mesmo criou.
A decepção não nasce do que o outro é — nasce da diferença entre o que ele é e o que você esperava que ele fosse.

É por isso que a aceitação é tão importante.
Aceitar o que o outro mostra — nas falas, nos silêncios, nas brincadeiras “inofensivas” que carregam verdades.
O amigo que faz piada machista tá falando, sim, o que pensa. Só não tem coragem de sustentar isso fora da ironia.

Quando a gente insiste em pintar por cima, a gente apaga o que é real pra manter vivo o que é falso.
Mas a desilusão — por mais dolorosa que seja — vem pra limpar essa lente.
Pra que você veja a pessoa como ela é, não como você precisava que ela fosse.

E aí, finalmente, você começa a se ver também.
Porque quanto mais você se apega à fantasia, mais você esconde suas próprias verdades.

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