O Medo como Raiz: O que Está por Trás da Ansiedade, do Pânico e da Pressão Alta
Vivemos em uma era onde os nomes mudaram, mas as sensações continuam sendo as mesmas. Ansiedade, crise de pânico, hipertensão emocional… Todos esses nomes modernos, por trás da roupagem técnica, escondem algo muito mais primitivo e essencial: o medo.
E não estamos falando apenas do medo óbvio — como o medo de morrer ou de ficar sozinho — mas daquele medo crônico, silencioso, disfarçado de pressa, controle, autocobrança, perfeccionismo, comparações e exigência de dar conta de tudo. A sociedade romantizou esse medo como produtividade, e o corpo está pagando a conta.
A Mentira da Ansiedade
Muita gente ainda acredita que “tem ansiedade”. Mas ansiedade não é uma emoção em si. Ela é um sintoma — uma tradução fisiológica — da emoção medo.
Segundo linhas mais integrativas da psicologia e neurociência, o ser humano opera com quatro emoções primárias:
alegria, tristeza, raiva e medo.
A ansiedade, então, é o jeito que o corpo expressa o medo de forma antecipada — é o sistema nervoso dizendo: “algo ruim pode acontecer, se prepara”.
E de onde vem esse medo?
Vem de histórias mal resolvidas. De expectativas não ditas. De padrões familiares repetidos sem consciência. Vem da nossa tentativa de controlar o incontrolável.
Vem de um sistema emocional que não aprendeu a se sentir seguro sendo apenas quem é.
Quando o Corpo Grita: Do Pânico à Pressão Alta
Se a ansiedade é um acúmulo de medo, o pânico é o estouro desse acúmulo.
É quando o corpo entra em colapso por segurar demais o que não foi dito, não foi chorado, não foi expresso.
Já a pressão alta, quando não é causada diretamente por fatores genéticos (e mesmo quando é), costuma ser o reflexo de um estado de alerta interno constante.
O corpo não relaxa. O sistema simpático (modo "luta ou fuga") fica ligado direto, como um alarme que nunca desliga.
E isso tem um custo.
A hipertensão emocional é real. A mente tensionada reflete num coração acelerado, num sangue comprimido, numa energia que não flui.
A Hereditariedade é o Gatilho. O Estilo de Vida é o Dedo no Gatilho.
Sim, há fatores hereditários. Mas eles sozinhos não causam a crise.
É o estilo de vida, a alimentação emocional, a forma como você lida com suas emoções, sua rotina, seus pensamentos, sua autoimagem e seus relacionamentos, que ativa ou desativa esses códigos genéticos.
A epigenética já provou: você não é escrava dos seus genes.
Mas se você não cuida da sua emoção, ela cuida de você — do pior jeito possível.
A Cura Começa Pela Coragem de Sentir
Encarar o medo é o primeiro passo.
Olhar de frente para o que você mais tenta evitar.
Não é sobre eliminar o medo.
É sobre parar de fugir dele, porque fugir só o alimenta.
É dar nome ao que você sente. É acolher o que você esconde.
É abrir espaço para o choro, para a pausa, para a confusão.
É escutar o corpo, que te avisa antes da mente perceber.
> Porque quem sente, se cura.
Quem acolhe, se liberta.
A pergunta que fica é:
o que você ainda não está querendo olhar?
Talvez seja aí que mora o gatilho do que você está chamando de ansiedade.
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