A inveja é a dor de quem não consegue acessar o próprio poder.
Na psique, a inveja nasce de um sentimento de inadequação. Ela emerge quando o ego se sente inferior diante da luz do outro — não porque o outro brilha demais, mas porque a própria luz está apagada. Quem inveja não quer o que você tem. Quer o que você é quando tem. Quer a sua leveza, o seu brilho, a sua liberdade. A inveja é menos sobre bens e conquistas, e mais sobre identidade. É o inconsciente dizendo: “eu queria ser capaz de me sentir assim.”
Energeticamente, a inveja é um roubo de força. Ela se conecta ao campo do outro tentando drenar, desacreditar, desvalorizar. É uma energia de escassez, de competição, que acredita que o sucesso do outro é uma ameaça à própria existência. Inveja é querer cortar a asa de quem voa, porque a própria está quebrada — e ninguém ensinou a curar.
Culturalmente, fomos ensinados a competir. A querer ser o “melhor”. A ter mais, mostrar mais, vencer. A inveja se torna então um subproduto direto de uma sociedade que valoriza aparência mais do que essência. Não admira-se, compara-se. E ao comparar, sempre há um lado que perde.
E ancestralmente, a inveja vem de uma dor coletiva antiga. A dor da sobrevivência. Das escassezes. Dos traumas transgeracionais onde ver o outro prosperar era um lembrete da própria miséria. Em muitas linhagens, amar e desejar o bem do outro nunca foi ensinado. O que foi passado foi o medo. A ideia de que, se o outro tem, me falta.
Por isso, a inveja é um sinal claro: alguém se desconectou de si.
Quem inveja profundamente, também sofre. Porque se sente distante da própria potência. E o sofrimento é dobrado — por não ter, e por ver alguém ter.
A cura da inveja não é desejar menos ao outro.
É reacender o próprio fogo.
Porque quem está em paz com a própria luz, não se incomoda com o sol dos outros.
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