Você já se perguntou por que tem tanto medo de ser criticada? Já sentiu uma voz constante dentro da sua mente te vigiando, corrigindo cada gesto, cada fala, cada escolha? Essa voz que parece ser sua... pode não ser.
Ela pode ter sido instalada.
Muita gente acredita que o medo de ser criticada nasce de ter sido diretamente criticada na infância. Sim, isso acontece. Mas existe uma outra origem, tão potente quanto — e muito mais silenciosa:
🔍 a observação constante dos adultos que você amava criticando os outros.
Quando crianças, somos puro campo aberto. Absorvemos tudo. E não apenas o que é dito para nós, mas o que é dito perto de nós. Se os seus cuidadores viviam criticando os outros, ridicularizando, apontando defeitos, desdenhando...
Você, como criança, não apenas ouviu isso.
Você registrou isso.
E mais: tomou isso como verdade sobre o mundo.
> “Ah, então é assim que o mundo funciona. Se eu for como essas pessoas que eles criticam... serei descartada também.”
E é assim que nasce o sistema.
Sem que você perceba, a sua mente constrói uma estrutura de vigilância interna constante.
Não porque você foi diretamente ferida, mas porque viu o que acontecia com quem não se encaixava nas regras não ditas.
E o resultado? Um ego moldado não por liberdade, mas por medo. Medo de ser o próximo alvo. Medo de não ser amada. Medo de ser tratada como aquelas pessoas que seus adultos preferidos tanto desprezavam.
Esse medo se disfarça de autocrítica. Mas não é amor próprio tentando melhorar.
É um sistema de defesa que te mantém cativa.
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E o mais forte: talvez não seja você quem está te criticando
Talvez essa voz que te sabota, te diminui, te corrige o tempo todo...
Seja, na verdade, o eco da voz dos seus cuidadores.
Não porque eram maus — mas porque estavam presos em suas próprias dores e padrões.
E agora, você vive repetindo isso dentro de si, achando que é você.
Mas não é.
Você não nasceu se julgando. Você aprendeu.
E tudo que foi aprendido, pode ser reprogramado.
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O que fazer agora?
1. Nomeie o sistema.
Dê um nome para essa voz. Separe ela de você.
“Essa crítica não sou eu. É o eco da minha mãe falando mal da vizinha. É meu pai debochando do colega de trabalho. Não é minha essência.”
2. Atualize seu mapa interno.
O que era proteção, agora é prisão. Você não precisa mais seguir as mesmas regras que seguiram para sobreviver.
3. Instale uma nova lente.
Comece a se perguntar:
“Essa crítica me aproxima de quem eu sou ou me afasta?”
“Essa vigilância me protege ou me limita?”
4. Reescreva o contrato.
Você pode criar um novo pacto interno. Um mantra, uma decisão, um lembrete:
> “A partir de hoje, eu escolho ver o mundo com os meus próprios olhos. Não serei a continuação da dureza dos outros. Eu sou livre para ser. E não tem mais ninguém aqui me julgando — só meu amor por mim mesma me acompanha agora.”
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Chegou a hora de tirar a coleira que nem era sua.
Chegou a hora de perceber: o mundo pode ser muito mais leve, mais acolhedor, mais seu — quando você entende que o medo de ser criticada não nasceu com você.
Foi instalado.
E você pode desinstalar.
Agora.
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